Judiciário

Aplicativo dá agilidade para denuncias de agressões domésticas

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Se superar a dor de um coração partido já é uma das tarefas mais árduas dessa vida, imagina se essa relação lhe enredou em um ciclo de violência, ameaças e agressões? A difícil tarefa de se reconstruir pode ficar ainda mais complicada quando não se pode romper certos ligações – como aos dos filhos com os pais agressores. “Esse foi o pior Dia dos Pais que eu tive”, disse a pequena no auge do seu oitavo ano de vida. 
 
Como poderia ter sido diferente, se depois de 8 meses afastado do pai – por conta de uma medida protetiva – a pequena presencia mais um episódio de chantagem e agressões psicológicas? Já era chegada a hora de voltar e o combinado era que o pai deixasse a filha na casa dos avós, para evitar o contato com a ex-companheira.
 
Mesmo combinado, o agressor decidiu não cumprir seu compromisso e levou a pequena para a casa da mãe, sabendo que ela não estava lá. “A minha filha contou que ele chegou em frente a nossa casa e começou a filmar do celular e dizer: ‘olha a hora, e eu aqui esperando essa folgada chegar da rua’. Ai ele me enviou áudios ameaçando chamar o conselho tutelar ou que ia deixar a nossa filha ali. Uma situação difícil”, narrou Gabriela (nome fictício, para não expor a vítima). 
 
Sem saber o que fazer, Gabriela foi a uma delegacia e pediu ajuda  ao delegado de plantão. “Eu que já fui agredida reiteradas vezes e estava com uma medida protetiva. O delegado enviou uma viatura. Mas eu precisei sair da casa dos meus pais e me deslocar até lá, esperar e depois resolver esse problema”, revelou a vítima.
 
O caso poderia ter tomado outra direção se Gabriela tivesse o aplicativo SOS Mulher, uma criação do Poder Judiciário de Mato Grosso em parceria com o Poder Executivo e a Secretaria de Segurança Pública. No aplicativo há várias funcionalidades e uma dessas é o ‘Botão do Pânico’ que o juiz concede à vítimas em situações de perigo. Ao ser acionado, a viatura mais próxima da Polícia Militar é encaminhada ao local. Tudo isso sem sair de casa, direto do celular.
 
Gabriela não sabia da existência dessa ferramenta, mas durante a entrevista baixou e instalou o aplicativo no celular. “Se eu soubesse desse aplicativo eu não teria passado pelo que eu passei. No meu caso demorou muito para que tudo fosse resolvido, precisei lavrar um Boletim de Ocorrência, me dirigir a uma delegacia, ir a sede do conselho tutelar”, ponderou.
 
A vítima viveu um relacionamento de três anos com o companheiro no qual teve uma filha. No início ele era muito atencioso e carinhoso, mas os comportamentos agressivos foram tomando força e o ciúme possessivo também. Segundo a vítima ela precisou parar de trabalhar, pois o marido não se sentia confortável com isso. Além disso, chegou a quebrar cinco celulares e proibi-la de ter redes sociais e até mesmo de visitar os parentes. Em seus últimos acessos de fúria, agrediu a companheira com uma cotovelada que quebrou o nariz e os dentes. 
 
‘Medida Protetiva On-line’ – até agora mais de 90% dos pedidos de mulheres vítimas de violência doméstica foram atendidos pelos juízes de Mato Grosso (acesse AQUI). O site permite que a mulher vítima de violência possa solicitar o serviço sem a necessidade se deslocar até uma delegacia. 
 
Mulheres de todo o estado podem solicitar medida protetiva on-line, pelo site ou pelo aplicativo SOS Mulher. Assim que a vítima preenche todos os dados, a medida protetiva será analisada por um delegado que, na sequência envia para um juiz para análise do pedido. A medida protetiva já é integrada ao Processo Judicial eletrônico (PJe), de forma ágil e segura, com resposta à vítima em poucas horas.
 
Botão do Pânico – A ferramenta permite que a mulher tenha acesso ao Botão do Pânico, um pedido de socorro imediato, no formato virtual, quando o agressor descumprir a medida protetiva. Ao acionar o botão, em 30 segundos o pedido chega ao Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp). 
 
Tutorial – Saiba como solicitar a Medida Protetiva On-line e acionar o Botão do Pânico. Clique AQUI

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Judiciário

Júri condena dois ‘mercenários’ a 28 anos de prisão

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Já condenados por outros homicídios qualificados, José Edimilson Pires e Helbert de França Silva, integrantes do grupo de extermínio que ficou conhecido em Várzea Grande como “mercenários”, foram novamente submetidos a júri popular e receberam condenações de 28 anos de prisão cada um. Desta vez, a dupla foi condenada por homicídio duplamente qualificado praticado contra Matheus Gonçalves da Cruz, em 2016. O caso foi julgado na última terça-feira, 09 de abril.

Os réus possuem condenações por homicídios qualificados cometidos contra outras vítimas. Com o resultado do último julgamento, as penas aplicadas aos dois totalizam mais de 250 anos de prisão.

Em relação ao julgamento dessa terça-feira, o homicídio duplamente qualificado foi cometido em via pública, com a utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima e por motivo torpe. Matheus Cruz, que na época ainda era adolescente, foi atingido por diversos disparos de armas de fogo efetuados pelos integrantes da organização criminosa e veio a óbito no próprio local.

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Segundo o MPMT, apurou-se que os denunciados cometeram o assassinato do adolescente por suposta pratica de ato infracional, na região do Cristo Rei. “Na vertente do crime, com características claras de milícia privada dedicada ao extermínio de seres humanos, o grupo criminoso executou várias pessoas com ou sem antecedentes criminais, com motivação torpe e na qualidade de grupo de extermínio”, sustentou o promotor de Justiça que atuou no júri, Vinícius Gahyva Martins.

A Justiça determinou ainda a perda do cargo público de Helbert de França Silva, cabo da Polícia Militar.

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